Tuesday, April 11, 2006

Butterfly Hurricane


Onde fico eu? com esta inversão do contraditório.
Para onde me lanço eu recuando...
Para onde me levam não querendo.
Converto-me em mil opostos de distâncias incertas, desmultiplico os meus "quereres" não abdicando de nenhum, sou a coerência ambigua total.
Encontro estruturas musculares que sustêm totalidades. Impregnado, caminho de costas, cristalizo, avanço triste dois passos para saltar feliz uma maior distância. Deixo pó para trás, comunico olhos nos olhos com quem me segue. Procuro o sinal de limitação de volta a 180 graus, apercebo-me que sou eu mesmo esse signo. Desfaço a ambiguidade do meu calor e frustro-me coma a eficácia da mensagem, pretendo avançando que se recue e que me continuem a seguir. Desengano com a mentira comum. Encontro as verdades mentirosas. Querendo liderar-me por exemplo a quem me olha. Sentidos inversos, todos num. Felicitar-me e assinalar quem me entendeu e às simulações enquanto tal. Estão prontos a desolhar-me e tomar direcções próprias, sem sintonia obrigatória. Bastando o contacto instantâneo para nos encontrar-mos para sempre. Sigo outros olhares sintonizados comigo sem me virar em frente. Finjo para todos o mesmo, como um salmão por fumar a subir um rio sem esforço. Esfolo a minha estrutura para ninguém ver como o faço. Atinjo os molhes e as rochas, respirando. Ensanguentadas as guelras daqueles. Oxigénio que me envolve, dobrando aqui e ali a minha pele nas junções. Por vezes, sempre, quase que me deixo ir cristalizando outra vez em sal doce. Ninguém me provando, alguém diria o contrário. Pelo contrário que me começa a nascer num toque saboroso sem identificar a sua especiaria afrodisíaca. Indisíaca de argola tatuada nas costas. Amo-te. Já te desejando, não podendo, avancei sem querer outra vez com todo o direito que me foi dado. O abuso tinha outro nome, mas hoje sofre de amnésia. Não sabe, quer saber e não faz por imaginar onde sobe o meu rio... infelicidade da memória. Não podendo ajudar contribuo para a sua falta, não a minha.

Num toque fazemo-nos sol a montante.

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